3. Um convite inesperado

Por esta altura já eu tinha corrido a minha biblioteca da prateleira do paranormal até à psiquiatria para entender o que se estava a passar. Respostas? Zero.

Se quisesse entrar pelo ramo do esoterismo e da bruxaria moderna talvez pudesse encontrar uma explicação do tipo “ah e tal… memórias de vidas passadas”. O problema é que eu tenho impregnado em mim o bicho da ciência… essa coisa terrível que exige hipóteses comprovadas pela experiência em que o mesmo resultado é esperado “no mater what” para poder ser considerado uma verdade absoluta. Tramado, não é? Pois…

Em vez de assumir que estava louca e procurar ajuda profissional ou de ponderar ir à terapeuta alternativa das artes divinatórias fiz o que o bom português faz sempre: deixa ver o que é que isto dá.

E lá continuei a escrever e a tirar notas.

A sonhar que nem uma perdida. (sim… os sonhos continuavam… era com cada um…)

Descobri que os “celtas” dos meus sonhos eram afinal Lusitanos e que a zona de Viseu (onde se encontrava a localidade de Torredeita e respetivamente o tal Solar) era zona de vestígios históricos relacionados com esse povo do fim da idade do ferro.

Escusado será dizer que tudo encaixava na perfeição. Cada detalhe, cada pista… bolas até as árvores e as plantas… e eu que nunca tinha estado em Viseu, não conhecia ninguém em Viseu… em lado nenhum do interior a bem dizer… que sou a 5ª geração alfacinha.

Embrenhada que estava nisto (relatório posto de parte e completamente esquecido) toca o telefone.

Era a minha amiga Sandra.

“Olha lá, a Mafalda vai casar.”

“Quem é a Mafalda?” Perguntei.

“Então! Aquela moça a quem ajudaste na cesariana! Vai casar e quer muito que tu vás ao casamento…”

“Ah está bem. Bora lá quando é?” …porque uma pessoa gosta de festas e tal.

“É em Agosto. Mas olha… Não é cá em Lisboa. O noivo não é de cá…”

“Então? Vai ser onde?”

“Eh pá… Vai ser no interior… numa aldeola lá para os lados de Viseu…”

“…”

Ah pois é.

Não estou a brincar.

Isto aconteceu. Mesmo assim…

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